A INVERSÃO DOS PAPÉIS
“Puta”, palavra feia, pesada, palavrão, reverso de boas chineladas em minha infância. Mais tarde, chegando nas cidades, me deparei com Elas em várias circunstâncias, período em que Colegas deixavam suas Namoradas aos sábados(dia oficial do namoro) em suas casas, mais ou menos as 9 da noite e corriam para a Zona. Em outros casos, pais financiavam amigos para levar os filhos para o Cabaré, em idade mais ou menos precoce, era o elixir da Masculinidade.
Mas o Tempo implacável, transformou o vocabulário, o palavrão e as chineladas, o “Ficar” passou a ser o momento crucial de uma Sexualidade Moderna e literalmente rápida. A Profissão mais antiga da Humanidade entrou em crise, tornou-se sinônimo de promiscuidade, até nisso nossa Democracia sexual perdeu terreno para a Alta Prostituição.
Estamos num novo tempo, um novo Mundo, mas onde o nosso Povo sobrevive como possível, se adequando a qualquer mudança, mesmo às impossíveis. E eis que, em vésperas de carnaval, no centro da cidade, me deparo com algumas Prostitutas, outrora Putas, mas bem compostas, com saia no joelho, e pouco umbigo à vista. É como se a velha profissão, num novo esforço de resistência, necessitasse se mostrar diferenciada, sendo sem parecer ser, numa extraordinária inversão de papéis, diante da “Jovem de Família”, o novo marketing da Prostituição Tupiniquim.
Prof. Ivo Lira