CAIRO - A tranquilidade, as dúvidas e a esperança se misturam no Egito no primeiro dia em 30 anos sem Hosni Mubarak no poder. Segundo o jornal "El País", manifestantes que passaram 18 dias nas ruas, até a renúncia do ex-ditador, pedem que ele seja julgado e multiplicam os rumores de que Mubarak tenha deixado o país depois de sair do Cairo. A Praça Tahrir, símbolo dos protestos, começa a voltar à normalidade. Os militares, que agora estão no poder, começaram a desmontar barricadas e o povo se organiza para limpar o local.
No Parlamento, para onde os manifestantes se dirigiram nos últimos dias, já não há mais barricadas. O tráfego começa a voltar ao caos habitual. Apesar da sensação de vitória, egípcios não descartam a possibilidade de retomar os protestos caso o novo governo não cumpra com suas promessas de atender às demandas do povo.
O toque de recolher foi reduzido, passando de 20h às 6h para meia-noite às 6h. Lojas reabriram e a bolsa de valores deverá voltar a operar, na próxima quarta-feira, depois de duas semanas.
A ausência de uma liderança clara não impediu o povo de derrubar Mubarak, mas tão logo cessem os gritos de vitória, o próximo - e talvez maior - desafio dos egípcios será encontrar líderes capazes de reconstruir partidos políticos massacrados por 30 anos de repressão ditatorial.
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