Os líderes do Terceiro Reich desenvolveram esse sistema de aprisionamento durante a Segunda Guerra Mundial para prender comunistas, judeus, homossexuais e ciganos, certo? Errado!
por Olivier Tosseri
Os nazistas transformaram esse tipo de prisão em verdadeiros centros de extermínio, como Auschwitz (foto)
É preciso distinguir os campos de extermínio, organizados pelos nazistas durante os anos finais da Segunda Guerra, dos campos de concentração. Os primeiros surgiram para viabilizar a “solução final” – o extermínio dos judeus aprisionados até então pela ditadura de Hitler. Já os segundos foram criados no final do século XIX e não são uma invenção alemã.
O surgimento do arame farpado permitiu cercar e isolar enormes porções de terra a um custo muito baixo. Essas áreas serviam inicialmente para encarcerar opositores políticos, inimigos estrangeiros, minorias étnicas ou grupos religiosos específicos. O recurso era usado geralmente em situações de guerra, e os prisioneiros eram confinados sem julgamento prévio. O sistema foi aplicado pela primeira vez pelos espanhóis durante a Guerra de Independência de Cuba (1895-1898) para impedir que grupos de civis apoiassem rebelião.
No entanto, a primeira utilização do termo “campo de concentração” é atribuída aos britânicos, que construíram mais de 100 deles durante a Guerra dos Bôeres (1899-1902). Nesses espaços de confinamento eram internadas as famílias de colonos holandeses e franceses que tiveram suas propriedades destruídas durante os combates na África do Sul. Ao todo, mais de 120 mil pessoas foram detidas, especialmente idosos, mulheres e crianças.
As condições de vida nos campos ingleses eram péssimas devido à insalubridade dos abrigos e ao constante racionamento de água e de alimentos. Doenças como a febre tifoide e a disenteria, aliadas à falta de higiene e de material médico, mataram cerca de 30 mil pessoas, mais de 70% delas crianças.
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